Imagine isso: você está de férias, com os pés na areia, o sol se pondo no horizonte e uma brisa suave balançando as palmeiras. Tudo perfeito — até a hora de jantar. Você entra no primeiro restaurante da orla, atraído pela decoração bonita e o cardápio colorido… mas, ao receber a conta, leva um susto: R$ 180 por um peixe congelado e arroz mal cozido.
Infelizmente, essa cena se repete em muitos destinos de praia famosos do Brasil. Mas não precisa ser assim. Comer bem à beira-mar é possível — e pode ser inesquecível, desde que você saiba onde ir.
Neste artigo, vamos te guiar pelos restaurantes imperdíveis em cinco dos destinos de praia mais populares do Brasil: Porto de Galinhas (PE), Fernando de Noronha (PE), Jericoacoara (CE), Florianópolis (SC) e Praia do Forte (BA). Você vai descobrir onde os locais comem, os pratos que não podem faltar, dicas para evitar turismadas e ainda como reservar com antecedência sem perder a espontaneidade.
Prepare-se para transformar suas refeições em uma das melhores partes da viagem — porque, no litoral, a gastronomia pode ser tão mágica quanto o pôr do sol.
Porto de Galinhas (PE): O Sabor do Nordeste com Pés na Areia
Porto de Galinhas é um dos destinos mais procurados do Nordeste — e, por isso, cheio de restaurantes “para turista”. Mas por trás das barracas coloridas da orla, há pequenos paraísos gastronômicos que misturam tradição, frescor e autenticidade.
O destaque vai para o Restaurante Sabor da Terra, localizado a poucos passos da praia, mas escondido o suficiente para escapar do fluxo de excursões. Aqui, o caranguejo ao molho de coco é preparado no dia — e servido em panela de barro, como manda a tradição. O bolinho de macaxeira com queijo coalho também é elogiado por moradores.
Outra opção imperdível é o Nossa Casa Restaurante, em Muro Alto. Com mesa sob coqueiros e vista para o mar, oferece moqueca pernambucana com peixe fresco pescado na manhã. O segredo? O caldo é feito com leite de coco caseiro e dendê suave — sem exageros.
Dica prática: evite restaurantes com cardápio em inglês e fotos gigantes de pratos na entrada — geralmente sinal de comida pré-preparada. Prefira lugares com quadro-negro de specials do dia, escrito à mão.
Quanto gastar? Em média, R$ 60–R$ 90 por pessoa, com bebida incluída — um excelente custo-benefício para a qualidade.
Benefício real: comer onde os locais comem garante sabores verdadeiros, preços justos e atendimento caloroso.
Fernando de Noronha (PE): Gastronomia de Alto Nível em Meio à Preservação
Viajar para Noronha é uma experiência única — e cara. Por isso, muitos viajantes acham que qualquer restaurante “serve”, já que tudo é caro mesmo. Engano! A ilha tem opções excelentes, mas também tem armadilhas.
O Cacimba Restaurante, no centro de Vila dos Remédios, é unanimidade entre quem entende. Comandado por um casal de chefs que valoriza os ingredientes locais, serve tartare de atum com coco queimado, lagosta grelhada com purê de inhame e sobremesas com frutas da estação. A decoração rústica e o atendimento familiar tornam tudo ainda mais especial.
Já o Varanda Restaurante, no Hotel Miramar, é ideal para um jantar romântico. Com vista para o pôr do sol e carta de vinhos criteriosa, oferece risoto de lagosta com açafrão e cordeiro com molho de tamarindo — pratos que equilibram criatividade e respeito pelos sabores da ilha.
Atenção: em Noronha, tudo é mais caro — e por bons motivos. Os ingredientes vêm do continente de avião, e a ilha tem cotas ambientais rigorosas. Mas isso não justifica pagar R$ 250 por um peixe assado genérico.
Dica essencial: reserve com antecedência, principalmente para jantares. Muitos restaurantes pequenos não aceitam walk-ins.
Valor agregado: em Noronha, cada refeição é parte da experiência de luxo consciente — onde sabor, sustentabilidade e beleza andam juntas.
Jericoacoara (CE): Simplicidade, Frescor e Sabores do Sertão
Jeri é conhecida por seu clima boêmio, dunas e vento constante. E sua gastronomia reflete exatamente isso: simples, honesta e cheia de personalidade.
O Barraca do Rapadura é um clássico. Localizada na praia principal, serve lagosta na chapa com manteiga de garrafa e peixe assado na folha de bananeira — tudo preparado na hora, sob os pés descalços dos clientes. O ambiente é rústico, mas a qualidade é impecável.
Para quem busca algo mais refinado, o Restaurante Missô oferece uma fusão de culinária cearense com toques asiáticos. Experimente o camarão ao molho de tamarindo com purê de abóbora ou o tacacá nordestino (uma releitura criativa do clássico paraense).
Dica de ouro: experimente o pastel de feira da Praça do Forró — recheado com queijo coalho e carne de sol. Custa R$ 8 e é um dos segredos mais bem guardados da vila.
Importante: em Jeri, muitos restaurantes não aceitam cartão, especialmente os mais tradicionais. Leve dinheiro em espécie — e troco para gorjetas, que são muito bem-vindas.
Por que isso importa? Comer em Jeri não é só sobre o prato — é sobre sentir o ritmo da vila, onde tempo e sabor fluem no mesmo compasso.
Florianópolis (SC): Do Marisco Fresco aos Bistrôs Criativos
Floripa surpreende. Além das praias deslumbrantes, a capital catarinense oferece uma cena gastronômica sofisticada, graças à forte influência açoriana e à abundância de frutos do mar.
No sul da ilha, o Restaurante Ostradamus, em Campeche, é referência em ostras frescas e frutos do mar. A especialidade é o casquinha de siri com toque de limão siciliano, servida com vista para o mar. Não deixe de provar o vinho verde gelado, perfeito para dias quentes.
Já no centro, o Madalosso é uma instituição — e não é só pela famosa costela fogo de chão. Seu buffet de frutos do mar é um dos melhores do sul, com lagosta, camarão, polvo e lula grelhados na hora.
Para quem busca inovação, o Mare by Claude Troisgros (no Ponta dos Ganchos, perto de Floripa) é um dos melhores restaurantes do Brasil. Com vista para a baía e ingredientes 100% locais, oferece pratos como robalo com purê de batata-doce roxa e emulsão de tucupi.
Dica prática: em Floripa, evite os restaurantes nas praias mais lotadas (como Canasvieiras) durante alta temporada. Prefira restaurantes nos bairros-residência (Lagoa da Conceição, Campeche, Ribeirão da Ilha), onde a comida é feita com carinho, não em escala.
Benefício concreto: você come melhor, paga menos e ainda apoia o comércio local.
Praia do Forte (BA): Sabores da Bahia com Toque de Elegância
Praia do Forte mistura charme de vila europeia com a alma vibrante da Bahia. E sua gastronomia reflete essa fusão — com moquecas de dar água na boca, tapiocas gourmet e drinks tropicais.
O Restaurante do Caranguejo é um ícone. Localizado em frente ao mar, serve o caranguejo no capote (cozido no leite de coco com dendê, pimenta e coentro) — um prato tradicional que leva horas para preparar. Peça com antecedência!
Já o Tapiocaria da Lua é perfeito para um café da manhã ou lanche da tarde. Suas tapiocas doces e salgadas são feitas com recheios criativos: queijo coalho com goiabada, frango com requeijão, banana com canela e mel. Tudo feito na hora, com tapioca crocante por fora e macia por dentro.
Para um jantar sofisticado, o Restaurante Villa Verde oferece gastronomia contemporânea com ingredientes locais. Destaque para o ravioli de camarão com molho de tamarindo e o mousse de cupuaçu com calda de caju.
Dica cultural: experimente o acarajé da Tia Cida, vendido em uma barraca discreta perto da igreja. É feito no fogo de lenha, com vatapá caseiro — e custa R$ 12. Um pedaço da Bahia autêntica.
Reflexão final: em Praia do Forte, a comida é ritual — cada prato conta uma história de mar, terreiro e resistência cultural.
Dicas Gerais Para Comer Bem em Qualquer Destino de Praia
Independentemente do lugar, estas estratégias valem ouro:
✅ Pergunte aos locais: “Onde você comeria com sua família?” é a pergunta mágica.
✅ Evite lugares com cardápio só em inglês ou fotos plásticas de pratos — geralmente indicam comida industrializada.
✅ Vá cedo ou tarde: restaurantes lotados às 20h costumam usar pré-preparados. Ir às 19h ou 21h30 garante comida fresca.
✅ Observe o movimento: se há famílias locais jantando, é um bom sinal.
✅ Use apps com moderação: o Google Maps ajuda, mas ignore avaliações genéricas como “ótimo!”. Leia as críticas detalhadas.
Lembre-se: o melhor restaurante não é o mais bonito — é o que faz você se sentir em casa, com o estômago e o coração cheios.
Conclusão: A Mesa à Beira-Mar Pode Ser o Melhor Lugar do Mundo
Comer bem em destinos de praia famosos não é privilégio de quem gasta mais — é fruto de curiosidade, respeito e bom senso. Neste artigo, você descobriu restaurantes que vão além do óbvio: do caranguejo em Porto de Galinhas à gastronomia de autor em Noronha, passando pela simplicidade saborosa de Jeri, a sofisticação de Floripa e a alma baiana de Praia do Forte.
Mais do que pratos, esses lugares oferecem histórias, afeto e conexão com a cultura local. E é isso que transforma uma refeição em memória.
Agora, queremos saber: qual foi o restaurante à beira-mar que mais marcou sua viagem? Já experimentou algum desses que citamos? Compartilhe sua experiência nos comentários! E se este guia te fez salivar (ou planejar uma viagem), envie para aquele amigo que sempre escolhe o restaurante errado na praia.
Porque viajar é descobrir o mundo — uma mordida de cada vez. 🍽️🌊
Flávia Ferreira é uma entusiasta apaixonada por praias, viagens e experiências gastronômicas que despertam memórias únicas. Movida pelo desejo de conquistar a liberdade financeira e pelo constante desenvolvimento pessoal, ela acredita que explorar o mundo e investir em si mesma são caminhos para uma vida mais plena, equilibrada e cheia de propósito.
